#19 REVIEWING | Que Coisa Mais Linda, a "Coisa Mais Linda"

by - 3/24/2019



Enquanto andava mais uma vez a vaguear pelas tendências do Netflix, encontrei esta mini-série - Coisa Mais Linda. E juro-vos, é mesmo a coisa mais linda - e importante!! - de se ver! É daquelas séries que sabe mesmo bem ver, em que ficamos felizes e tristes pelas personagens, envolvendo-nos nos seus problemas (que ainda hoje podem ser os nossos, de uma forma ou de outra), ao mesmo tempo que assuntos muito relevantes são abordados, tudo com bossa nova à mistura!

A série passa-se em 1959 e conta a história de Maria Luísa, uma socialite de São Paulo que tinha montado um restaurante com o marido no Rio de Janeiro, mas quando lá chegou, não só não havia marido como este tinha levado todo o seu dinheiro com ele. 

É a partir daí que a vida de Malu dá uma volta de 180º - quem é ela? é esta a pessoa que quer ser? Nada daquilo fazia sentido mas é na desgraça que se encontram forças para continuar (e para mudar!).

Malu decide abrir o seu próprio negócio - um clube de música - mas pelo caminho tudo parece um entrave. Não tem dinheiro, não tem músicos, não tem experiência (aliás, nunca trabalhou na vida, sequer) e, pior de tudo, tem o azar de ser mulher.

Pelo caminho, contam-se ainda a história de outras três mulheres - Adélia, uma mulher negra e pobre que mora no morro e precisa de trabalhar desde nova para se sustentar, Lígia, mulher de um político, que sempre teve o sonho de ser cantora - sonho que o marido desaprova, como era de esperar - e que é constantemente abusada por ele sem sequer perceber que é um abuso, e Thereza, uma mulher casada mas independente, que leva uma vida boémia e desafia todos os preconceitos da época.

Esta série aborda assuntos importantes, que ainda hoje são abordados: o que significa ser mulher (e o que deveria significar) e a importância de seguir os nossos sonhos. Tem ainda uma lição de moral importante, que é mostrada pela personagem Thereza: não precisamos de ser todas amigas para nos empoderarmos e querermos o melhor umas para as outras

Como Fernanda Vasconcellos (Lígia) diz, "A série não quer, com nenhum personagem, dar respostas prontas. É um convite à reflexão do que é ser mulher, o que é ser feminino, qual é a força do frágil, quais são suas escolhas diárias e o que cada uma quer para si".

A melhor parte é que todos estes temas com a leveza típica do povo carioca e sempre ao som de bossa nova.

Recomendo! Aqui fica o trailer, para ficarem com um cheirinho do que estou a falar:


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